sábado, 14 de fevereiro de 2009

A utopia européia: A luta por uma Europa unida e a crise sobre uma identidade.

O presente trabalho, proposto na disciplina Técnicas de Pesquisa e orientado pelo professor Antonio Sérgio Bichir, consiste num projeto de pesquisa bibliográfica no qual confrontaremos as idéias e teorias de três diferentes autores. Nesse contexto, selecionamos trechos de algumas obras que nos servirão de apoio para uma posterior análise crítica e discussão fundamentada acerca do tema escolhido: a utopia de se construir, a partir de uma Europa destruída após a Segunda Guerra Mundial, uma Europa unida, sem para tanto agredir a identidade (e nacionalidade) dos povos.

(contextualização) Introdução

Apesar de existir há séculos, a Europa tem buscado permanentemente um identidade, um significado e até mesmo, uma essência à sua existência. Seus cidadãos devem reconhecer-se mutuamente enquanto membros de algo em comum ou devem valorizar o nacionalismo, preservar sua língua e costumes? Que valores determinarão a identidade européia?

No atual contexto da Europa, de sucessivos alargamentos – os dois últimos, de 2004 abrangendo dez países e o de 2007 incluindo dois novos membros, tendo sido os mais importantes, há de se questionar sobre o papel que este continente ou bloco (e se bloco, econômico ou político) deve exercer sobre as sociedades, se deve acompanhar o modelo americano ou se tem alguma “missão” de caráter mais humano a cumprir.

Esses debates propostos acima levam em conta apenas um lado: o que a sociedade, de forma geral, espera da Europa. No entanto, é preciso entender e conhecer o continente, saber discernir a Europa e a União Européia, ainda que a segunda encontre suas raízes na história de um continente perturbado tanto na sua história como na sua geografia.

A nossa problemática nasce de duas principais questões: como passar de uma Europa limitada geograficamente, destruída após a guerra e de nacionalismos exacerbados a uma Europa alargada e integrada e por outro lado, como os sucessivos alargamentos afetam a identidade do povo europeu.

Assim, torna-se importante levar em conta alguns aspectos relativos à formação da Europa como, por exemplo, o desejo (do ponto de vista dos fundadores, mas também dos europeus) de construir um terceiro bloco num contexto anteriormente bipolar.

Nesse cenário, estariam os europeus dispostos a assumir um destino em comum? Se analisarmos o caso de referendo votado na França em 2005 para uma constituição européia, talvez se chegasse à conclusão de que a Europa não era um objeto de desejo, e talvez até nem devesse assumir este papel.

Então, o que é a Europa e quem são os europeus, afinal? Pois, se esta tem vocação para abraçar qualquer país que se adéqüe às suas “imposições”, logo a Europa não poderá mais definir suas fronteiras. E então, a questão da identidade, já discutida e reivindicada, se agravaria.

Neste caso, o que seria do projeto europeu, que tinha por missão estabelecer a paz entre os povos através da união? A luta por uma Europa unida, povos unidos e identidades não agredidas, parece um tanto utópica se estes povos não chegarem a se ver como “irmãos”.


Lisa ELKAIM

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