Há momentos em que o corpo pede: pare!
Mas há momentos em que é a cabeça que precisa de um tempo. Se estivermos com a imunidade baixa e o corpo cansado, é simples: ficamos doentes. Mas se é cabeça, parece que ao invés de relaxarmos, pensamos mais, nos questionamos mais, etc.
É o que se passou comigo esta semana. Não falo de problemas de âmbito pessoal. Estes nos afetam, nos deixam para baixo, mas passam... Não passam? Falo aqui de coisas que ouvimos, vemos ou vivemos e que depois não saem da nossa cabeça.
Decidi estudar para ser jornalista. Estou certa que é disso que gosto e que serei boa nisso. Entendo que tenho como que uma missão a cumprir perante a sociedade em que vivo. Sociedade esta, que me fez – entre outros fatores - o que sou hoje.
E o que sou? Bem, sou uma jovem mulher, de 20 anos. Gosto de ler, de escrever, de viajar, de conhecer pessoas e, sou também curiosa. Tenho um gênio que as vezes pode ser dificil de dobrar, tenho minhas convicções e ideologias. Gosto de parecer forte...
Eis o conflito de uma estudante de jornalismo: decepcionei-me com algo que ouvi depois de ter produzido um bom texto. Ao terminei de escrever fiquei satisfeita, tinha gostado de verdade do que eu tinha feito. É como se eu tivesse caído em mim e me dado conta de que posso ser tão pequena e impotente diante de algo tão grande e, ao mesmo tempo, sem dimensão.
Eu me explico: acho que os jornalistas não devem se contentar em contar histórias, apenas. Há um papel por trás disso. Fala-se da vida das pessoas e não tem o menor senso crítico para julgar ou comentar. Formamos opinião, mas não ensinamos a população a pensar por si própria, por quê? Ah, sim. Porque nos convém e é mais cômodo que seja (e continue sendo) assim.
O que estou fazendo numa universidade ?
É como dar-se conta de que, não importa o que ou o quanto você faça, sempre será insuficiente.
Mas como eu disse, gosto de parecer forte e ainda acrescentaria que sou uma pessoa inquieta, insatisfeita. Então tenho duas opções: submeter-me ou não.
A população brasileira não é burra, mas não tem escolha. E o jornalista brasileiro (assim como a própria população) merece mais reconhecimento, espaço e respeito. Penso no caso da França, por exemplo, os jornalistas são vistos e respeitados como intelectuais (e não contadores de história). Lá, o mesmo fulano que escreve um artigo no Le Monde, é também sociólogo, psicólogo, historiador ou economista.
Foi então que decidi me especializar (em meio ambiente e desenvolvimento sustentável). Primeiro porque me diferenciaria de todos os outros (a maioria) que não sabem do que falam. “Deu-s, perdoai-os, eles não sabem do que falam”.
E depois porque daria mais credibilidade ao leitor ao mesmo tempo em que eu, luto pelo que acredito.
E no que eu acredito? Bem, de maneira bem simples, resume-se a: falar com a propriedade de alguém que entende e tem um engajamento cívico, sem tomar o outro por um idiota.
Talvez eu ainda seja muito jovem e ainda descubra o que quero ser. Mas sei bem no que não quero me tornar.
(Sugestão: leiam meu comentário no fim do texto).
Lisa ELKAIM
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
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