Já nem se sabe ao certo quando tudo teria começado. Trata-se de uma história de perseguições e mortes, tudo em nome da paz.
Paradoxalmente temos o que um dos mandamentos nos ensina “não matarás” e a doutrina católica que afirmaria “se queres paz, prepara-te para a guerra”.
I. A guerra seria inerente à humanidade?
Diversos filósofos clássicos tentaram descrever a natureza humana. Para Machiavel, por exemplo, a guerra existe devido ao fato dos homens serem maus por natureza e instintivamente. Hobbes, dirá que a natureza humana é individualista e que se não houver poder ou soberania para defender a si mesmo e aos seus interesses, a tendência é a barbárie. Freud também explicou que a guerra ressaltava o homem primitivo que há em cada um e que isso não pode ser eliminado. “Enquanto os povos tiverem condições de existência e sobrevivência tão diferentes, necessariamente haverá guerras” – escreveu.
II. A guerra destrói a idéia de desenvolvimento da humanidade com a perspectiva humanista. Como conviver com a guerra, admitindo-se que esta faça parte da natureza humana?
Regras e limites terão de ser estabelecidos. Daí a importância de contarmos com organismos internacionais que procuram mediar estes conflitos. A influência dos outros países que se utilizam de sua soberania ou até mesmo do uso de força (militar) e a pressão internacional intercedem, por exemplo, ao pedir cessar fogo ou ao tentar acordos de paz. Até mesmo a mídia tem papel muito importante em momentos de crise, pois exerce sua função de denunciar, comunicar à população mundial, entregar fotos, arquivos, etc.
No entanto, por regras e limites estabelecidos, subentende-se que há direitos na guerra. Estes direitos seriam de fato respeitados? Como avaliar, enfim, uma guerra justa? Seria uma questão “pessoal” ou moral?
III. A paz é um objetivo tangível e legítimo?
É, antes de tudo, em função do objetivo político que uma guerra poderá ser considerada como instrumento de pacificação.
Para Clausewitz, a guerra seria uma continuação da política por outros meios. A guerra seria, tal como ele a definia, um ato de violência cuja intenção é compelir o adversário a executar nossa vontade.
A concepção de guerra justa nasce na doutrina católica que admite três razões para tal:
a) Que a guerra seja iniciada por uma autoridade legítima
b) Que aqueles que são atacados tenham merecido por meio de uma falta grave, o ataque.
c) Que as guerras não sejam feitas por crueldade, mas para punir os maus e proteger os bons.
A concepção de guerra justa é ainda dividida em duas categorias:
a) JUS AD BELLUM – Direito de fazer guerra. Uma guerra justa é engajada por uma autoridade legitima em nome de uma “causa justa”, convencer de sua própria causa e da injustiça da ofensiva inimiga.
b) JUS IN BELLUM – Direito dentro da guerra. A guerra deve ser guiada co respeitos às regras de conduta estabelecidas e acordadas nas duas partes. Por exemplo, sobrevivência de prisioneiros e respeito aos civis. Trata-se de usar a força apenas proporcionalmente aos objetivos e à injustiça enfrentada.
Lisa ELKAIM
domingo, 18 de janeiro de 2009
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