quarta-feira, 17 de junho de 2009

Contra a falta de liberdade de expessão: a tecnologia

Yoani Sabchez é exemplo de mulher nos quatro cantos do mundo. Corajosa, desafia a opressão do governo cubano com posts no seu Blog Generacion Y.
(Leia neste Blog: Mucho gusto, me llamo...CUBA LIBRE)

O uso da tecnologia representa uma ferramenta que atravessa fronteiras, permite que qualquer um escreva - seja em forma de diário pessoal, com textos, fotos e vídeos de caráter pessoal ou para fazer jornalismo.

E jornalismo consiste apenas em dar noticias frescas?

Bom, para mim, jornalismo é um conceito (e uma prática) muito mais abrangente.
(leia o texto publicado neste Blog: Quando eu crescer...NAO quero ser como você).

Jornalismo é aquilo que é escrito (por alguém que entenda e alguém que saiba escrever - dois em um, na mesma pessoa... é raro, mas existe) sobre algum assunto da atualidade ou que crie debate ou ainda, que seja de dificil compreensão e/ou conhecimento de poucos e que precise ser esclarecido, explicado...

Precisa ser jornalista? Não necessariamente. Mas é desejável... dada a credibilidade de sua função.

Outros textos (desbafos, crônicas, etc) são jornalismo? Não. São desabafos, crônicas, romances, etc. Mas têm o desafio de carregar uma opinião...

Cabe escrever esse tipo de texto de texto no jornalismo...? Hum, ai é que está. Depende.

O Blog da cubana Yoani Sanchez, por exemplo, consiste em desabafos, certo? Conta histórias, retrata a realidade, vista por ela, em Cuba, etc certo? Portanto, tem caráter jornalistico, apesar de serem apenas "desabafos". O que ela escreve não é noticia... e a realidade de Cuba, em relação à falta de liberdade de expressão e repressão do governo, não é novidade, nós já conhecemos. O "inédito" é ter alguém que se ariscou a falar diante da falta de liberdade de expressão e de uma realidade de censura e opressão. O desafio é manter-se, insistir, se fazer ouvir ou ler. E dizer o que se pensa nem sempre é aceitável.

No caso do Irã, por exemplo... os votos apurados re-elegeram Ahmadinejad como presidente. Acusações quanto a estas apurações sustentam que houve fraude.
Fraude ou não, o fato é que uma parcela da população demonstrou, em manifestações, o seu descontentamento. A televisão iraniana não divulgou as imagens das passeatas em favor do candidato adversário. E o governo proibiu o trabalho de jornalistas estrangeiros.

A população recorreu à internet: blogs, videos amadores feitos pelo celular, twitter... Tudo que se pode imaginar através da tecnologia.

É jornalismo... sem ter sido escrito por jornalistas, retarata a realidade de um país e ainda por cima é atual, então acaba por ter caráter noticioso na medida em que um jornalista não poderia fazê-lo por ter sido empedido de trabalhar no Irã.

Jornalismo é assinar a história, fazer parte dela - vivendo, contando, compartilhando, observando, fotografando.

E através da tecnologia, uma única mensagem: o povo não deve se omitir nem se calar jamais!


Por, Lisa ELKAIM

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