Adoro o jeito como você me olhava e como você ficava me observando...
Adoro como ríamos juntos, você falava do meu sorriso, me elogiava e dizia que eu era como um sol, por causa da minha alegria e descontração.
Adoro a sensação de arrepio que seu beijo me causava.
Adoro o jeito como fazíamos as coisas às escondidas, como dois adolescentes...
Nossos olhares se cruzavam tomando cuidado para que ninguém nos descobrisse, não andávamos de mãos dadas e nem dançávamos juntos...pois ninguém sabia de nós.
Roubávamos beijos do outro no intervalo de duas aulas e mandávamos mensagens de texto de madrugada para namorar... eu ria sozinha no quarto e, ansiosa, contava as horas pro dia seguinte chegar logo.
Ficávamos até mais tarde nos lugares depois que todos já tinham ido para casa e arranjávamos desculpas esfarrapadas para ficar a sós!
Lembra... ?
Não se preocupe... não me apaixonei por você.
No meu conto de fadas moderno, ainda tenho a ilusão de que o cara certo um dia há de aparecer e adivinha ? Sim, seremos "felizes para sempre" (e sempre é muito tempo... mas a cada vez que tem um inicio e um fim, não me importo em acreditar que o "durante" foi "sempre" enquanto durou - e assim, tira-se o melhor das fases).
Eu tentei esquecer, mas lembro de cada detalhe, sonho, repenso, revivo...
Sorrio ou choro, mas não consigo ter raiva de você nem pelas mentiras nem pela forma radical como você decidiu terminar tudo.
Simplesmente porque não havia "tudo". Raramente senti que existia um "nós"...
Não há romantismo nesta história...
E até havia uma frieza e distanciamento às vezes...mas até acho que esse desapego era necessário. De qualquer modo, estávamos bem e era suficiente...
Quer saber, não importa. Não mesmo...
Acho que nós dois precisávamos viver algo assim... leve, tranquilo e até infantil na (des) preocupação de quem só quer viver bons momentos, sem pensar em complicações (afinal nosso tempo era curto - mas como dissemos na época "it was a short, but a great time", o melhor da fase).
Não importam as mentiras... omissões ou como você preferir chamar. Foi confuso, mas estávamos em sintonia !
Nem sempre as coisas são simples e eu sempre soube que você trazia vários mistérios e segredos.
Mas cada um tem sua vida e suas questões e eu não estava lá para julgar... por isso nunca te cobrei nada. Nunca sequer te fiz uma única pergunta e me contentei em acreditar apenas nas coisas que você quis me contar. E sei bem que nem sempre as coisas são o que parecem... há tantos jeitos de se contar uma história, e tantos outros de se ver nela ! Suas complicações nunca me incomodaram nem nunca me machucaram... eu também tenho as minhas. A simplicidade e ao mesmo tempo o grande entendimento na altura, era justamente a não necessidade de dividir o que era pesado... e o descompromisso (ou talvez, o engajamento) em tirar disso apenas o que fosse positivo.
E se a lembrança é algo "para sempre", eu não vou nem quero mais tentar esquecer. O que ficou em mim é a saudade de algo sem dor e com esse nível de compreensão.
Quero fechar os olhos e lembrar, com o máximo de detalhes que eu puder, para que fique com essa sensação de que foi ontem... e o sonho, o conto de fadas moderno, é alcançável.
Já não sei se acredito em felicidade plena e eterna. Mas acredito na qualidade de momentos como esses que tivemos e no melhor de cada fase.
Você extraiu o melhor de mim. Se aproximou atraído pelo meu sorriso, viu em mim uma menina forte e extrovertida, descobriu nessa menina uma timidez e doçura intocada... me desvendou sem nenhum esforço.
Nunca precisei me proteger... nem você.
Sem armaduras.
Me entreguei, impulsiva e coerente com minhas vontades, e não me arrependo!
Éramos o que queríamos ser... e fomos, livres e felizes.
Me fez viver coisas incríveis em lugares inesquecíveis e acima de tudo, me fez renascer no momento em que eu mais precisei de mim.
E você não sabia disso... (achei que ia gostar de saber).
Por, Lisa ELKAIM
domingo, 18 de abril de 2010
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