quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Flores de plástico... pois, morrem!

A grande avenida, a padaria onde tantas vezes nos abrigamos correndo da chuva, a banca de jornal, o supermercado ... os prédios antigos, as mesmas pessoas ciruclando e embora você não estivesse lá entre tantas outras bem, era como se estivesse.

E se nada mudou e por lá passo, me lembro.
E a remota lembrança de qualquer coisa em você... e o desprezo e decepção por ter te conhecido, tudo isso vive, ainda, e volta.

Diria ter entrado em um jardim. De fora parecia tão florido e colorido. Mas por dentro, tudo cinzento e meio escuro. E, chamada por uma espécie de curiosidade incontrolável, um fascinio pelo seu cinza... entrei.
Foi alguma espécie de feitiço ? Me convidou a participar do seu mundo e ficar ao seu lado e me afundou no mesmo poço em que você estava imerso, sem saída.

Na minha fantasia eu podia resgatar esse cinza com o qual me deparei ao te conhecer... Estive buscando alegria num poço sem fundo... e durante tanto tempo tentei tanto, e tanto ...

E se por apenas um minuto que seja, esse "pós entendimento" (tárduo) tiver me permitido ter um olhar mais civilizado e distanciado, então agradeço a quem tiver me possibilitado tamanho alivio. Afinal, quando se beira esse estado de solidão e loucura, um mundo tão avesso e podre, ruim e venenoso... o desespero por tocar algum tipo, qualquer tipo, de racionalidade é tão grande, que acredita-se no que for mais conveniente e menos doloroso.
Depois só busquei entender alguma coisa...qualquer coisa. E se o sonho ainda vem e a ferida ainda é profunda, sei que ainda preciso de repsostas.

E mesmo que eu cavasse o resto da minha vida, nunca encontraria nada em você... nem um pingo de solidariedade ou generosidade. Um minimo de sinceridade que fosse. Ou maturidade consigo mesmo já teria sido suficiente. Vazio...oco.

Por que buscar algo onde sabe-se que não há nada de bom?

No meu sonho posso escapar quando eu quiser... Simplesmente viro as costas e vou embora, como muitas vezes eu quis fazer e não pude.

Com você, há essa espécie de "condição", de "dependência" que te acompanha.
E no meu sonho, frente a todos os fatores que te condicionam, faço de conta que estou dormindo. Cerro os olhos e espero passar... como tantas vezes eu realmente fiz !

A rua, a padaria, as pessoas, os prédios ainda estão lá... mas lá, nunca houve nada, nem ninguém.


Flores bonitas não nascem em jardins onde o sol não bate... e se nascem, não vivem por muito tempo !
Flores de plástico, como você, pois... morrem!




Lisa Elkaim